M

Muitos candidatos que vão fazer os vestibulares organizados pela Vunesp e pela Fuvest ficam inseguros em relação à redação. Mas há um aspecto específico do texto que muita gente tem dificuldade: a conclusão.

Vale lembrar que, diferentemente do Enem, esses processos seletivos não cobram uma proposta de intervenção.

Pensando nisso, neste post vamos ver três maneiras para concluir esse tipo de redação. Acompanhe!

Como fazer a conclusão da redação da Vunesp e da Fuvest?

Antes de partirmos para os exemplos, é importante que você saiba que na conclusão da redação de vestibulares que não cobram propostas de intervenção, o recomendado é não trazer uma ideia nova.

Nesse caso, o fechamento do texto deve ser simplesmente uma retomada de algum aspecto já mencionado nos parágrafos anteriores.

Para facilitar a sua compreensão, vamos ver alguns exemplos:

1. Retomar a tese da introdução na conclusão

O tema da redação feita por esse candidato era o uso de diferentes tecnologias, como a internet, no mundo atual. Preste atenção à introdução deste texto:

“A internet, hoje, constitui um dos principais meios capazes de promover uma invasão de privacidade, uma virtualização das relações sociais, enfim, um processo pragmático de afastamento físico social. No entanto, há nessas afirmações um processo de personificação da internet, o que é ilógico, visto que essa não é capaz de se reproduzir e de se recriar sozinha, ela é instrumento criado e manejado pelo homem e portanto é o reflexo dele e de seu período histórico.”

Note que a Introdução já traz a tese do candidato bem claramente: a internet é uma coisa (e não uma pessoa) e, como tal, o uso dela é reflexo do homem.

Agora, veja a conclusão da redação:

“Portanto, a internet não é um meio autônomo que tem seus benefícios e malefícios gerados por si só. Ambos são reflexos do homem que, usufruindo de tal instrumento o faz coerente à sua realidade. Logo, se hoje predomina o dinamismo da informação e a reificação das pessoas em "bites", foi a sociedade contemporânea que escolheu assim ser no plano e depois o transpôs para o plano virtual.”

Note como o candidato retomou a tese explorada na introdução, só mudando algumas palavras.

2. Retomar a contextualização da introdução na conclusão

O tema dessa redação era invisibilidade social. Veja o começo do texto:

“Próximo ao feriado de Corpus Christi, um boliviano que trabalhava ilegalmente na Espanha teve seu braço cortado por uma máquina. Deixaram-no a 200 metros de um hospital, apenas com a recomendação de não mencionar nomes. Foi José Saramago quem chamou atenção para o paradoxo: durante o Corpus Christi milhões de cristão preocuparam-se com o sofrimento de Cristo e, no entanto, houve descaso com o sofrimento desse boliviano. Afinal, ele é invisível como os outros subprodutos da sociedade: os sem dinheiro, sem respaldo jurídico, sem voz.”

Veja como o candidato faz uma introdução usando um fato atual. Agora, vamos ver a conclusão:

“Mas há 2.000 anos disseram-nos que éramos iguais. Porém, vivemos em um mundo repleto de desigualdade e nossa reação é tornar invisível o que não nos assemelha. Ignoramos os mendigos e garis porque não o somos. Ignoramos o sofrimento pois não é nossa mão que está sendo pregada e nem o nosso braço que está sendo cortado. Milhões de homens têm seu corpo e alma humilhados, maltratados e ofendidos, como aconteceu com Cristo. Mas Cristo está em um altar, e o boliviano, esquecido.”

O candidato retomou o relato da introdução e traz uma conclusão, explicando por que isso ocorria. No caso, a invisibilidade existe para que a injustiça continue existindo.

3. Retomar os argumentos do texto na conclusão

O último exemplo trata de uma redação que retoma alguns argumentos utilizados ao longo do texto. Leia a redação:

Poema tirado de uma notícia de jornal. "João Gostoso era carregador de feira livre ele morava no morro da Babilônia num barracão sem número / Uma noite ele chegou ao bar Vinte de Novembro / bebeu / Cantou / Dançou / Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado". Manuel Bandeira, sutilmente, através dessa poesia, desmascara a hipocrisia de uma sociedade burguesa, ainda romântica, interessada em tragédias, mortes e nos fatos ligados à sua classe social.

Os jornais, assim como todos os outros meios de comunicação social, evidenciam um legado romântico. Como a literatura de outrora, o que nos chega através desses meios é feito pela burguesia e para a burguesia. Desse modo, a existência de uma indústria cultural, que determina nossas opções de entretenimento e de informação, está atrelada à venda, ao consumo, e não à ética. nesse contexto, faz muito sentido filmar a morte para que os telespectadores valorizem a vida e vivam intensamente: consumindo.

Entretanto, o inferno nem sempre são somente os outros, e o homem - ser dotado de um mesencéfalo altamente desenvolvido - possui a estranha característica, destacada por Virgílio, de observar a desgraça alheia, não por prazer, mas "porque é bom observar os males que não se sofrem". Assim, mortes, doenças terminais, brigadas de casais estão em documentários, como o da atriz Farrah Fawcett, em programas diários na televisão e em notícias desde o inícios do século, fazendo de joões "ninguéns", "alguéns" pelas tragédias em lagoas Rodrigo de Freitas.

Além desse desejo humano de ver desgraças que não se sofrem, há o instinto reprodutor ligado à sexualidade, intrínseco ao animal, que confere audiência aos programas contendo cenas erotizadas. Assim, pelos meios de comunicação, o erotismo, a curiosidade pelo sofrimento alheio e outros quereres são, morbidamente, simples adaptações ao meio, que num processo de seleção natural, podem significar a sobrevivência, ou não, dos meios de comunicação.

Na disputa pela audiência, não há ética, pelo simples fato de que nem nosso instinto ou nosso desejo observado por Virgílio, nem a indústria cultural e seus artefatos de persuasão seguem valores morais de respeito ou privacidade. Há apenas a luta pela sobrevivência de programas, jornais e revistas e uma hipocrisia de que nós receptores somos corrompidos, quando na verdade atuamos como seletores naturais.

Note, em negrito, como o candidato retoma diversos conceitos tratados ao longo da redação na conclusão, como indústria cultural, Virgílio e nossos instintos. Nesse caso, retomou-se do último ao primeiro argumento

Vale destacar que ainda é possível fazer uma conclusão que misture mais de um dos métodos que vimos acima. Por exemplo: retomar a contextualização e os argumentos.

E um cuidado extra que você deve ter ao fazer uma conclusão é evitar repetir as palavras e expressões que utilizou ao longo da redação. Você deve retomar apenas as ideias.

-

E você, está pronto para encarar a redação da Fuvest ou dos vestibulares da Vunesp? Com nossos cursos on-line para estudantes, o Palavrizar ajuda você a escrever redações nota máxima e conquistar a sonhada vaga na universidade. Conheça nossos cursos e matricule-se!

Publicado na 
9/3/2022
 categoria 
Redação Vunesp

Mais postagens da categoria

Redação Vunesp

VER TODAS

Join Our Newsletter and Get the Latest
Posts to Your Inbox

No spam ever. Read our Privacy Policy
Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.